sexta-feira, 16 de maio de 2008

InêsCastro

Lisonja de Armas de Inês de Castro (1320-1355)
Rainha de Portugal
Casou com D. Pedro I de Portugal, filha de Pedro Fernandes de Castro, o da Guerra, Senhor de Lemos. Chegou Portugal em 1340, integrada como aia no séquito de D. Constança Manoel, que iria casar com o Príncipe D. Pedro, herdeiro do trono. O Príncipe D. Pedro apaixona-se por Inês pouco tempo depois, negligenciando a mulher legítima, D. Constança, e pondo em perigo as débeis relações com Castela. Tentando colocar empecilhos entre D. Pedro e D. Inês, D. Constança dá a Inês seu filho recém-nascido, o Infante D. Luis (1343), em baptismo, com a esperança de que os laços de parentesco espiritual impostos pelo compadrio afastasse os enamorados. Mas D. Luís não chega ao primeiro ano de vida, e pouco afecta os sentimentos de D. Pedro e D. Inês.
O Rei D. Afonso IV, exila D. Inês de sua corte em 1344, temendo o escândalo. Não há porém indícios de que o relacionamento tenha sido consumado, então.
Em Outubro de 1345, D. Constança Manoel morre em decorrência do nascimento do Infante D. Fernando, deixando D. Pedro viúvo e livre para enfrentar o pai e trazer D. Inês de volta do exílio em Albuquerque. O casal foi morar longe da corte no norte de Portugal, onde nasceram os quatro filhos, os Infantes D. Afonso (morto ainda criança), D. João, D. Dinis e D. Beatriz, reconhecidos pelo pai. D. Pedro afastou-se da política, da corte e de suas prerrogativas de herdeiro.
D. Afonso IV tentou por diversas vezes organizar um terceiro casamento para o seu filho, com uma princesa de sangue real, mas Pedro recusa tomar outra mulher que não Inês. Entretanto, o único filho legítimo de Pedro, o futuro rei D. Fernando I, mostrava-se uma criança frágil, enquanto que os bastardos de Inês prometiam chegar à idade adulta. A nobreza portuguesa começava a inquietar-se com a crescente influência castelhana sobre o futuro rei.
Depois de alguns anos no Norte, Pedro e Inês, retornam a Coimbra e instalam-se no Paço de Santa Clara. A 7 de Janeiro de 1355, D. Afonso cede às pressões dos seus conselheiros, e aproveitando a ausência de D. Pedro numa excursão de caça, assina a sentença de morte de D. Inês. Pero Coelho, Álvaro Gonçalves e Diogo Lopes Pacheco dirigiram-se ao Mosteiro de Santa Clara em Coimbra, onde Inês se encontrava e justiçaram-na, degolando-a. A morte de Inês não trouxe D. Pedro para mais próximo do pai, antes pelo contrário, o herdeiro revoltou-se contra D. Afonso IV, que responsabilizou pela morte. Mais uma vez pai e filho encontram-se em campos opostos numa guerra civil. A Rainha D. Beatriz intervém e após meses de escaramuças, a paz é selada em Agosto de 1355.
D. Pedro tornou-se o oitavo rei de Portugal em 1357. Em Junho de 1360 faz a famosa declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se havia casado secretamente com Inês, em 1354 "...em dia que não se lembrava...". A palavra do rei, e de seu capelão foram a única prova deste casamento, mas para tanto talvez devamos repensar a questão dentro do conceito de casamento na Idade Média. D. Pedro mandou construir dois esplêndidos túmulos no mosteiro de Alcobaça, um para si e outro para onde trasladou os restos de sua amada Inês. A tétrica cerimónia do beija mão, tão vívida no imaginário popular, provavelmente foi inserida nas narrativas do final do século XVI, depois de Camões escrever no Canto III do seu Os Lusíadas, a tragédia da Linda Inês.
D. Pedro juntou-se à amada em 1367, e os restos de ambos jazem juntos até hoje. As suas Armas seriam: Partida, primeiro de Portugal (da Dinastia Afonsina), segundo de prata com seis arruelas de azul (Castro) ilegítimos.

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